quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Eleições 2008

Comunidade gay, um assunto nem sempre confortável para os candidatos à Prefeitura

O presidente Lula defendeu, na quarta-feira, 17, a união civil entre homossexuais e disse que é "hipocrisia" ignorar a opção sexual das pessoas. Em entrevista exclusiva à TV Brasil, Lula disse que é favorável ao casamento entre pessoas do mesmo sexo e defendeu que tenham direito à adoção e pensão previdenciária. Ele criticou os políticos que são contra essa idéia, perguntando por que aceitam os votos dos homossexuais e o dinheiro pago por eles de Imposto de Renda. "Uma coisa que me cala profundamente é: por que os políticos que são contra (conceder direitos aos homossexuais) não recusam os votos deles?"
Segundo o presidente, todo brasileiro tem o direito de viver da forma que quiser, contanto que respeite a Constituição. "Temos que parar com hipocrisia. Tem homem morando com homem, mulher morando com mulher, e muitas vezes vivem bem, de forma extraordinária. Constroem uma vida juntos, trabalham juntos, e por isso eu sou favorável. Por isso, eu acho que nós temos que parar com esse preconceito.

O assunto não é dos mais confortáveis para os candidatos à Prefeitura de São Paulo.

Mesmo a cidade sendo a que abriga a maior parada do Orgulho Gay do Mundo. Isso porque o tema é um vespeiro que, na verdade, não propicia ao candidato, seja ele qual fôr, a ter mais votos na urna eletrônica. Quem está mais à vontade com a questão é a candidata do PT, Marta Suplicy, autora do projeto de lei que cria a união cívil de pessoas do mesmo sexo, mas que há mais de década continua parado no Congresso Nacional.

Já o candidato do Partido Progressita, Paulo Maluf, ao ser sabatinado na manhã de quarta-feira, por jornalistas da Folha de São Paulo, teve de responder à pergunta de Gilberto Dimenstein sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Maluf disse que é católico e que "casamento entre gays não é normal", o que causou certo espanto entre os presentes. O candidato seguiu se defendendo e disse que "numa democracia deve se respeitar até o que não é normal". Ainda sobre a questão, falou que em sua religião, o catolicismo, "o certo é homem gostar de mulher e mulher gostar de homem".
Em seguida, Paulo Maluf foi questionado sobre como seria a sua relação com a parada gay. O candidato não foi objetivo, mas deu a entender que daria mais apoio a eventos como a Fórmula 1 e deixou subentendido que não daria apoio financeiro a parada gay de São Paulo.

Os candidatos à Prefeitura de São Paulo, claro, não excluem a comunidade LGBT de seus planos de governo. Apesar de não divulgarem em seus programas de televisão o que têm reservado para os gays, eles apresentam propostas com o objetivo de garantir o bem-estar da comunidade. Todos eles tem uma atenção especial com a Coordenadoria de Assuntos da Diversidade Sexual (CADS). Os quatro candidatos com maior intenção de votos, Marta Suplicy (PT), Gilberto Kassab (DEM), Soninha Francine (PPS) e Geraldo Alckmin (PSDB) vêem na CADS uma ótima iniciativa em favor dos LGBTs que quase não encontra opositores e é aplaudida pela grande maioria dos homossexuais. Além de não ir de encontro a nenhuma outra parcela da população mais conservadora e preconceituosa.
Eles prometem, pelo menos nesta fase de campanha, ampliar e fortalecer as ações já realizadas pela Coordenadoria e estender sua atuação para as 31 subprefeituras da Capital. A CADS talvez funcione como uma cortina de fumaça para todos os candidatos, que assim não precisam tocar em temas mais delicados, como a falta de moradia para gays da terceira idade, um atendimento mais digno em postos de saúde e acompanhamentos jurídico e psicológico. Além é claro, do casamento de pessoas do mesmo sexo. Este sim um assunto que pode causar uma queda nas próximas pesquisas de intenção de voto.

Fonte: MSN

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