quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Brasil terá política de saúde para o homem

O câncer de próstata já mata mais que o de colo de útero. Iniciativa conjunta entre governo e sociedades médicas possibilitará atendimento focado no homem.

Como já ocorre em relação à mulher, à criança e ao idoso, o Brasil passará a ter, ainda neste ano, uma política específica para a saúde do homem. O assunto está sendo conduzido pelo governo federal em parceria com as secretarias de saúde dos Estados e com as sociedades médicas de urologia e de cardiologia. O responsável pelo projeto, Ricardo Cavalcanti, coordenador nacional da saúde do homem do Ministério da Saúde, debaterá o tema “Como implementar uma política de saúde do homem num país continental?”, durante o X Congresso Paulista de Urologia, evento que acontece em São Paulo de 4 a 6 de setembro.

A linha geral da política já está pronta e será submetida à consulta pública. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também deve dar sua posição a respeito do tema, ainda em setembro. Até o final do ano serão abertos 13 centros de referência exclusivos para atender o público masculino: Rio de Janeiro (um centro), Salvador (5), Brasília (5), Campinas-SP (1) e Bauru-SP (1).

Segundo Cavalcanti, o País começa a migrar de um modelo sem centros exclusivos para atendimento ao homem para um modelo com centros de referência. “O homem foi esquecido durante muitos anos e não poderia, pois ele é imprescindível para a produtividade nacional. Se a saúde dele for bem, a saúde econômica do País também irá”, afirma. Os centros de referência farão parte do SUS (Sistema Único de Saúde) e serão coordenados pelos envolvidos no projeto.

À medida que os centros forem abertos, a expectativa é que o diagnóstico precoce aumente e as mortes por câncer de próstata e doenças do coração diminuam. No Brasil, o câncer de próstata mata mais que o câncer de colo de útero. Em 2000, o País havia detectado 750 mil novos casos de câncer de próstata. No ano passado, esse número subiu para 4,5 milhões. A variação foi de 502%. A principal causa das mortes é o diagnóstico tardio da doença.

Homens de 25 a 59 anos sofrem especialmente de doenças cardiológicas e do aparelho genito-urinário, como hipertrofia benigna da próstata, tumores malignos da próstata e disfunções sexuais.

Para reduzir o número de mortes por essas doenças, Cavalcanti explica que a política nacional da saúde do homem será composta por ações estratégicas, práticas e uniformes em todo o País. Apesar das linhas gerais, ela não deverá deixar de contemplar as particularidades de cada região. “No Norte-Nordeste, em especial no Maranhão, o câncer de pênis é muito freqüente, enquanto que em São Paulo a maior incidência registrada é a do câncer de próstata”, explica Cavalcanti.

Fonte: Acadêmica Agência de Comunicação
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