sexta-feira, 20 de junho de 2008

Metrossexualidade não é homossexualidade!

Somos levados a pensar que foi com a chegada do século XXI que surgiram “novos” fenômenos sociais, culturais e atitudinais. Esse erro indutivo tem um pouco a ver com o que a sociedade portuguesa está habituada a ser confrontada. Sem querer explicar esse surgimento quer pelo novo século, quer pelos programas transmitidos por algumas televisões nacionais (porque é de todo mentira!), o que acontece é que tanto um como outro contribuíram fortemente para a ênfase atribuída ao assunto.

O fenómeno da metrossexualidade, tendo o seu expoente máximo no Sr. José Castelo Branco (celebridade portuguesa), trata-se, vulgarmente, da exacerbação da beleza física do homem, quer através de tratamentos de pele e corpo, quer da prática de exercício físico apenas para manter a forma, quer inclusivamente de solários, depilações definitivas, pinturas faciais e gosto por bem vestir, não se pode comparar com o que se aplica à homossexualidade ou mesmo à transsexualidade, na medida em que um homem que goste de si não precisa necessariamente de gostar de outros homens ou de se fazer passar por uma mulher.

Poder-nos-emos questionar, e eu constantemente o faço, porque razão este fenómeno arrasta consigo tanta polêmica e quando se trata da exacerbação da beleza feminina (seja em que idade for) é sempre louvada e admirada por parte dos homens, e o contrário apesar da polémica é mal aceite e até mal interpretada.

Na minha opinião, sempre tivemos que viver em fases (logo não é só esta), em que se não formos nós a gostar de nós mesmos e a tratar do nosso corpo, implicando o tratamento da nossa mente, ninguém o fará por nós. Desta forma, não são só as mulheres que têm que se sentir bem com elas próprias, mas também, e cada vez mais os homens. Se admitem a defesa da divisão da maternidade/paternidade, a divisão e partilha das tarefas domésticas, a divisão dos fundos econômicos, inclusivamente as dívidas, e assim sucessivamente, porque não defendermos também a partilha dos tratamentos de beleza e de sentimentos de bem-estar físico (se isso tiver como consequência o psíquico), sem os considerarmos como associados a fenômenos homossexuais?

Seria muita prepotência da minha parte dar uma resposta a esta questão, deixo, por isso, aos leitores interessados este momento de reflexão, não querendo de modo algum lançar a polémica, apenas, como já foi referido, permitir o pensamento sobre um assunto que está cada vez mais em voga e que não tardará a se expandir, quem sabe, aos nossos filhos.

Fonte: A Página - Portugal


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Eu particularmente, acho um tanto conflitante essas realidades distintas presentes na Europa, eu vivi entre Portugal e Espanha por um período de em média 5 anos e pude perceber que são realidades distintas, pois enquanto em Portugal, temas como homossexualidade e liberdade de expressão, ainda são mantidos com um certo "tabu", enquanto há menos de 25 minutos de trem, você chega na Espanha e vê homens, casando-se, naturalmente por todo o país, e a população reage normalmente, afinal, cada um decide o que é melhor para si.

Aqui no Brasil é diferente, ontem mesmo, estive em uma clínica de estética corporal e o tratamento foi totalmente VIP, aliás, essa clínica é uma grande parceira nossa, a Maison Depil, eles tem um tratamento diferenciado e é uma empresa totalmente gay-friendly, o legal de tudo, é que não é somente para gays, lá vão todos os tipos de homens, hoje a beleza faz parte da rotina de um homem moderno e "antenado", as mulheres também estão cada vez mais exigentes, não querem andar ao lado de um homem que não se cuida.

Será que mesmo aqui no Brasil, onde posso ter a leve impressão de que as coisas estão mudando, no sentindo "mente aberta", isso ainda existe? Ainda há essa aversão ao que é novo, ao bom gosto, ao moderno?
Seria machismo exarcebado ou alguma reação contrária ao tempo, meio que, um medo, uma zona de conforto?
É de se pensar...

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